Research on Biomedical Engineering
http://www.rbejournal.periodikos.com.br/article/doi/10.4322/rbeb.2012.107
Research on Biomedical Engineering
Editorial

A RBEB na SciELO!

Soares, Alcimar Barbosa

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Em 1982 a Sociedade Brasileira de Engenharia Biomédica fundou, juntamente com outras sociedades científicas, a Revista Brasileira de Engenharia com quatro Cadernos iniciais, dentre eles o Caderno de Engenharia Biomédica. A partir daquele momento, iniciou-se uma jornada em prol da divulgação, da promoção e do incentivo à produção e ao intercâmbio técnico-científico entre os pesquisadores brasileiros atuantes na área de Engenharia Biomédica. Entretanto, a mera publicação de mais um fascículo faz muito pouco para realmente atingir aquelas metas. Uma questão primária, naqueles dias em que a miríade de formas de comunicação atuais existia apenas nos livros e filmes de ficção científica, era como fazer a informação chegar ao maior número possível de pessoas – na verdade, a mesma questão perdura até os dias de hoje, com os desafios próprios desta nova era. Contudo, uma vez que a revista chega a seu público, devemos avaliar ainda se ela, de fato, cumpre sua missão maior: contribuir para o desenvolvimento científico. Sem que estas metas sejam atingidas, a publicação de mais um periódico é inócua. Entretanto, qual seria a melhor forma para medirmos adequadamente os impactos e as contribuições daquilo que se publica em um periódico?

Várias métricas têm sido experimentadas para aferir os “impactos” de um artigo científico e de um periódico como um todo, cada uma sujeita a críticas e elogios (mas, isso é assunto para outro editorial). De qualquer forma, criticável ou não, o atual indicador denominado “Fato de Impacto - FI” tem sido adotado quase universalmente como uma medida da importância de um periódico em suas áreas de atuação – quando maior o FI, mais importante um periódico é considerado pela comunidade científica. Como sabemos, o FI reflete o número médio de citações dos artigos que foram publicados no periódico em determinado período (biênio anterior). Neste ponto, percebemos um certo dilema: se o FI reflete a importância de um periódico, é natural que muitos pesquisadores escolham uma revista para publicar de seus trabalhos de acordo com o fator de impacto da mesma – alguns até usam o FI para avaliar a possibilidade de seu artigo lá ser aceito. Assim, quanto maior o FI de um periódico, maior seria a chance de ele receber artigos qualificados, aumentando a probabilidade de receber mais citações; por outro lado, quanto menor o FI, menor a chance de receber aqueles artigos, o que, por fim, poderia impactar negativamente no FI, e assim sucessivamente. Se, por um lado, esta é uma métrica dura em determinados aspectos. Por outro, tem contribuído para “separar o joio do trigo” e forçar as revistas iniciantes, sem FI ou com baixo FI a inovarem constantemente.

O FI foi criado por Eugene Garfield, fundador do Institute for Scientific Information (ISI), hoje parte da Thomson Reuters Corporation. Em 1955 Dr. Garfield publicou seu famoso artigo “Citation indexes for science: A new dimension in documentation through association of ideas”. Neste trabalho o autor previa a necessidade de ferramentas e indicadores que permitissem aos pesquisadores divulgar seus trabalhos, avaliar os impactos dos mesmos e conhecer outras pesquisas similares com facilidade, dentre outras funcionalidades. Alguns anos depois, Garfield inicia os trabalhos para sedimentar o que é hoje o ISI e, em 1964, publica o primeiro “Science Citation Index - SCI”, que indexava 613 revistas e 1.4 milhão de citações (para saber mais acesse “Yancey R. Fifty years of citation indexing and analysis. Thomson Reuters [Internet]. 2005 Sep [Cited 2012 Aug 29]; [about 1p.]. Available from: http://thomsonreuters. com/products_services/science/free/essays/50_years_citation_indexing/”). A partir de 1972 os FIs são calculados anualmente para os periódicos indexados ao ISI e depois publicados no Journal of Citation Reports (JCR), também da Thomson Reuters.

Mas, voltemos àquela máxima citada anteriormente: “quando maior o FI, mais importante um periódico é considerado pela comunidade científica”. Se concordarmos com tal afirmação, precisamos chegar ao ISI e atingir um alto FI. Chegar ao ISI não é tarefa simples, uma vez que os critérios para seleção dos periódicos a serem indexados exigem um alto patamar de qualidade dos mesmos. Além disso, vários critérios de seleção se baseiam no respaldo da comunidade científica que é medido a partir da quantidade de submissões, da quantidade de artigos publicados anualmente e da diversidade geográfica das submissões, dentre outros aspectos. De fato, tais critérios são adotados por todas as grandes bases de indexação atuais, cada uma com maior ou menor grau de exigência. Mas, se assim é, precisamos cumprir três quesitos básicos: (i) atingir um público cada vez maior; (ii) aumentar a quantidade de submissões e; (iii) sermos “citados” pelo maior número possível de pesquisadores – que só é conseguido com o aumento da publicação de artigos altamente qualificados. Qualquer que seja o caminho adotado para atingir tais metas, a solução passará pelo aumento da visibilidade nacional e internacional e pela facilidade de acesso aos artigos publicados. É ai que, paradoxalmente, entram em cena as bases indexadores. Fazer parte de uma base relevante no meio científico significa que nossos artigos poderão ser identificados e lidos por uma grande população. Na RBEB, esta busca se iniciou em 1988 quando passamos a integrar a base LILACS (Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde), quando ainda éramos o Caderno de Engenharia Biomédica. Em 1999 passamos a compor o LATINDEX (Sistema Regional de Informação para Revistas Científicas da América Latina, Caribe, Espanha e Portugal). Em 2010, demos nosso primeiro salto importante em direção às ditas grandes bases, quando fomos indexados na SCOPUS da Elsevier. Finalmente, no início deste ano, após diversas reestruturações realizadas no ano anterior, encaminhamos nosso novo pedido de indexação ao Comitê Consultivo da Scientific Electronic Library On Line (SciELO). Em reunião realizada no dia 25 de julho de 2012, os membros do Comitê aprovaram a inclusão de quatro novos periódicos na coleção SciELO Brasil, dentre eles figurava a Revista Brasileira de Engenharia Biomédica!

A indexação na SciELO é, sem dúvida, um dos marcos mais importantes na história da RBEB, um certificado de qualidade.

Fazer parte da coleção SciELO significa integrar a principal fonte de divulgação para a comunidade internacional da produção brasileira e latino-americana. E a importância aumenta ainda mais com o recente acordo assinado entre a Thomson Reuters e a SciELO para a adição desta à Web of Knowledge (a mais abrangente base internacional de informações científicas). Ou seja, a visibilidade e o acesso aos artigos publicados pela RBEB serão ampliados de forma sem precedentes para pesquisadores de todo o mundo.

Parabéns a todos os que contribuíram para chegarmos até aqui: editores, revisores, leitores, colegas da SBEB e, principalmente, a vocês autores que confiaram na RBEB para divulgar seus trabalhos de pesquisa.
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